quarta-feira, 29 de outubro de 2008

UNDERGROUND

Retornou de uma marcante passagem pelo submundo. Estava esgotado.


Felipe Modesto

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

SORAYA OUVE TANGO

Na vez em que Soraya subiu ao relento de suas dores, a alma atormentada visitou o campo pardo das pedras retorcidas. O horizonte franzia a testa em escalas pastéis, ansioso para chorar as primeiras estrelas.
A jovem encontrou-se com a pessoa que buscava em si mesma, e floriu em desatinos, efêmeros como um sorriso. Desceu então para a caverna de seu próprio mundo real, onde um rapaz angustiado a via passar todos os dias...
Soraya desfilava sua tosca insanidade, possuída pela droga dos desquitados: a liberdade. Quando cruzava com o dito rapaz o que se notava eram as nebulosas negras e os falsos risos de um tango argentino.


Felipe Modesto

terça-feira, 27 de maio de 2008

LIRISMO URBANO III

Sim, ele ouviu um não. De imediato, correu para os braços do primeiro ilustre ser que pudesse suportá-lo. Antes, porém, enlaçou- se num torpe poste.


Felipe Modesto

LIRISMO URBANO II

Esperava encontrá-la com sucesso maior do que tem o sol quando visita a lua. Para tanto, mirou por dias as estrelas reluzentes do teto de seu quarto. As únicas nítidas.


Felipe Modesto

LIRISMO URBANO I

Rápido demais. Foram suas últimas palavras antes do beijo no asfalto.



Felipe Modesto

terça-feira, 13 de maio de 2008

PREVENIDO

Sofrendo com o medo de que ela aceitasse seu convite para o baile. Sequer plantou a rosa.

Felipe Modesto

TELEMARKETING

Disse a moça:
- Vou estar passando sua ligação...
Comentou o rapaz:
- Gerundismo, feio e pobre...
Retrucou
- Pois é, mas não sou eu quem idealiza o futuro e chora os pretéritos.


Felipe Modesto